segunda-feira, 25 de julho de 2011

Help my God


Caro leitor, na última sexta-feira presenciei uma cena muito forte que mexeu profundamente com os meus sentidos e a minha percepção da vida.

Já era mais ou menos umas 21:00 hrs quando eu passava em uma avenida movimentada a caminho de casa quando me deparei com uma das mais dramáticas cenas da minha vida. Ao cruzar um semáforo vi uma pequena fila de carros que esperavam o farol abrir para cruzarem, foi quando do nada apareceu um sujeito todo encapuzado com uma enorme arma e sem mais nem menos atirou três vezes contra um motorista totalmente indefeso.

A minha reação naquela hora ao ver aquela cena acontecendo ali a uns poucos metros de distância foi de desespero e pavor, não consegui pensar e nem fazer outra coisa que não fosse acelerar meu carro o quanto podia para fugir daquela cena. Lembro-me de quando acelerava assustado olhei rapidamente pelo retrovisor e vi o assassino correndo em disparada da cena de seu crime.

Sabe aquela imagem, aqueles sons daqueles tiros ficaram em minha cabeça por alguns dias e me fizeram meditar sobre algumas coisas importantes que às vezes por diversos fatores nos esquecemos de que são realidades do nosso cotidiano e que todos estamos sujeitos.

Em primeiro lugar pensei na fragilidade que é a nossa vida e na facilidade com que ela escapa de nós, muitas vezes somos soberbos, achamos que somos melhores do que as outras pessoas e passamos à vida toda lutando e conquistando coisas que não servem para nada senão massagear e alisar o nosso próprio ego.

Às vezes levamos a nossa vida como se ela fosse infinita e como se sempre fosse haver aquela porta de escape que aos 45 minutos do segundo tempo haveria de abrir e nos livrar de todos os males.

Quantas não são as vezes que temos a oportunidade de fugir do pecado e ao invés de fazê-lo pensamos “Ah é só desta vez, vou experimentar e depois me conserto com Deus”, loucura nossa, pois o nosso próximo ato sempre pode ser o último.

Vendo aquela cena de um assassinato a sangue frio pensei que talvez alguém em alguma ocasião já tivesse falado do amor de Cristo tanto para o assassino quanto para a vítima e quem sabe eles não tivessem dado ouvidos e a história os levou aquele trágico momento, e quantas não são as vezes e nos esquecemos de dar ouvidos a voz de Deus.

Meu querido não leve a sua vida de qualquer maneira achando que sempre haverá tempo para se redimir perante Deus, a morte vem sem aviso e com ela o descanso ou a tormenta eterna.

Nosso Deus já fez o maior sacrifício inimaginável que foi entregar o seu Filho em favor de mim e de você e a nossa parte é simples, não precisar se associar a nenhuma instituição ou cumprir rituais ou até mesmo ser algo que você não é, basta apenas ser integro, humilde e sincero e confiar nas Palavras de um simples carpinteiro que com seu infinito poder e amor nos torna livres e salvos.

Se por ventura você não tem conseguido fugir do pecado e tem se sentido frágil, triste e sem forças faça a seguinte oração comigo;

Senhor meu Deus, em nome do Teu filho amado Jesus e por meio do Teu Santo Espírito venho te clamar por socorro, os dias são maus e têm me faltado forças para ser alguém melhor, mas sei que o Senhor é um Deus de amor e que nada pode mudar este sentimento por mim, por isso te clamo, afasta de mim todo pensamento mau e todos os demônios e forças malignas que querem me afastar de Ti. Ajuda-me a te honrar com a minha vida e que o seu santo nome venha a ser um alento as vidas que sofrem neste mundo perdido e que a tua paz sempre esteja em nossos corações até o dia em que nos encontraremos face a face e o Senhor pessoalmente com suas fortes mãos enxugará todas as lágrimas dos nossos rostos e viveremos eternamente em comunhão e santidade contigo! Amém...

Soli Deo Gloria

segunda-feira, 18 de julho de 2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Em busca de lágrimas absolutas


Em busca de lágrimas absolutas
Ricardo Gondim

Minhas antigas amizades se dissolvem como bolhas de sabão. Esqueci nomes. Mal consigo lembrar os olhos de quem já passou por minha vida. O passado diluiu momentos que poderiam torná-los familiares. Fiz-me irmão, e doei-me inteiramente a companheiros, mas hoje hesito. Desconfiado, reparto pedaços do coração. Não suporto imaginar a dor de outras separações, de mais decepções.

Tenho medo de abrir os porões da alma. A desarrumação de minha casa faz sentido para mim. O que os outros consideram bagunça, tem uma sincronicidade própria, que me deixa em paz. Vacilo em rasgar os envelopes selados, onde escondo segredos. Sei detectar os traumas que me deixaram chorão, os complexos que me deram olhos melosos, as circunstâncias que me fizeram viver à beira do pranto, as fragilidades que me transformaram em tímido. Mas não pretendo explicar nada a ninguém.

Tornei-me cauteloso quando brinco e rio. Fujo dos que procuram analisar a minha felicidade; ela não carece de julgamentos. O riso que meus lábios desenham não tem que ser explicado. Introjeto a alegria para que não seja pisoteada como a pérola da parábola. Prezo em não deixar vazar frágeis contentamentos; a pouca riqueza que amealhei merece ser guardada debaixo de mil segredos.

Olho para colegas e antecipo navalhadas. Resguardo as costas dos estiletes da inveja. Assusto-me. As maldades que já sofri são parecidas com as que eu próprio já acalentei no peito. Se não sei explicar o porquê de atitudes mesquinhas em mim, também não justifico a estreiteza que observo no próximo. Não sou pior nem melhor que os demais. Por isso, cerco o quintal de casa contra lobos ferozes. Sempre espero alguém ávido para destruir o pedacinho da dignidade que me resta.

Meus desalentos não serão rasos. Desço às regiões abissais da angústia. Envolvo-me na absoluta escuridão da casmurrice; que o lençol do desgosto me isole. Quero ficar na quarentena dos tristes. E provar a verdade de que “são bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”.

Soli Deo Gloria