Dentre os vários questionamentos que passeiam pela minha alma creio que o que mais me inquieta é tentar entender a religião. Tenho meditado muito sobre sua importância e relevância para a vida da humanidade e também estudado a visão bíblica sobre o assunto.
Vejamos então o que a Bíblia fala sobre a religião e os religiosos;
Lucas 3: 7
Dizia ele (João Batista), pois, às multidões que saíam para serem batizadas: “Raça de víboras, Quem vós induzistes a fugir da ira vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento e não comeceis a dizer entre vós mesmos: Temos por pai a Abraão, porque eu vos afirmo que destas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão”.
O contexto da passagem acima é o seguinte:
João estava pregando e batizando a todos quantos ouviam a sua mensagem de arrependimento e a aceitavam. Ele anunciava aos quatro ventos a vinda do Messias de Deus e necessidade de Israel voltar-se novamente ao Senhor já que a religiosidade tinha tomado o povo de tal maneira que nada mais importava a não ser cumprir ritos e costumes da lei mosaica mesmo que pra isso fosse necessário até matar. Sabemos bem que toda lei existe não apenas para manter uma ordem social, mas principalmente para punir e condenar com rigor todos os que não se enquadram aos padrões das mesmas.
Neste capítulo em particular a Palavra nos mostra que João estava cercado de judeus e doutores da Lei que estavam ali querendo o batismo apenas para ser aceitos pelo grande povo ao quais as palavras de João haviam conquistado, mas os seus corações estavam longe do cerni da mensagem de João. Com toda a certeza o coração deles estavam cheios de inveja, ódio e todo o tipo de sentimentos maus que podem habitar nos corações daqueles que vivem em buscar de poder.
Vemos claramente João repreendendo estes tais religiosos judeus ao ponto de chamá-los de “raça de víbora”. Agora vejamos o que nosso Senhor Jesus pensava sobre estes religiosos:
Leia os textos abaixo mencionados:
Mateus 3 : 7, Mateus 5 : 20, Mateus 9 : 11, Mateus 12:2, Mateus 12 : 34,Mateus 16 : 6, Marcos 7 do 1 ao 23, João 8 : 3 e o texto que apresenta com maior contundência a opinião de Jesus sobre a rotina religiosa perante o drama humano que é Lucas 10 : 25 ao 37 onde vemos um homem que foi assaltado e espancado quase até a morte e deixado em uma estrada que ficava entre Jerusalém e Jericó aí os bons e velhos religiosos cheios de importantes afazeres no templo passaram pelo moribundo. Primeiro passou o sacerdote (pastor) e vendo o homem todo rasgado e ensangüentado atravessou a rua e passou longe (Afinal tinha uma igreja inteira precisando ouvi-lo não daria tempo de ajudar um infeliz), depois passou um levita (Ministro de Louvor, diácono ou presbítero) e vendo o homem também o ignorou e passou longe (Com certeza tinha que correr pra chegar à igreja rápido para afinar os instrumentos, ligar a mesa de som, discordar das idéias e gostos musicais do pastor, e ajudar uma pessoa naquele estado daria muito trabalho e tomaria muito tempo e dinheiro, melhor mesmo era deixá-lo lá e compensar com horas e horas de ensaios na igreja). Mas glórias a Deus que um homem Samaritano (poderia ser eu ou você) apareceu no caminho daquele homem, limpou as suas feridas, o levou a uma hospedaria e pagou todas as suas despesas, com isso não o salvando apenas da morte física, mas também devolvendo-o a dignidade.
Meus amigos muitas pessoas infelizmente são como o Sacerdote e o Levita desta parábola. Se envolvem tanto com a “igreja” e com as coisas de “deus” que muita das vezes não tem tempo para suas famílias, não tem tempo para visitar os enfermos nos hospitais, não tem tempo para visitar as vidas em seus lares para orar, sorrir e chorar com elas e se transformam em verdadeiros e autênticos “religiosos”, se preocupam com rituais e costumes, com a roupa das pessoas, com os dízimos e ofertas, querem colocar fardos e manipular as vidas e fazê-las se enquadrar em seus reles e mesquinhos pontos de vista. Este é o religioso.
No livro de atos capítulo 15 vemos mais um caso clássico da maldita religiosidade: A história nos mostra o Apóstolo Paulo pregando aos Gálatas e a todos os gentios da região da antiga Grécia, e muitos estavam se convertendo e aceitando a Jesus através das pregações de Paulo. Aliás, estavam se convertendo muito mais gentios do que judeus. Acredito que isso se dava porque Paulo tinha conhecido e entendido o poder restaurador da Graça de Deus e anunciava as boas novas de Cristo de maneira leve e sem os pesadíssimos fardos da lei dos judeus.
Ao saber disso uma comissão liderado pelo Apóstolo Pedro e mais alguns “cristãos judeus ultra mega ortodoxos” se dirigiram a Gálata a fim de encontrar Paulo e exortá-lo, pois para eles era inconcebível alguém se dizer de Cristo e não zelar pelos costumes judaicos. Para resumir a história, o ponto que estava pegando mais entre eles era que os gentios que estavam se convertendo ao evangelho de Cristo não estavam se circuncidando como ordenava a lei mosaica, para os judeus o ato da circuncisão era tão ou mais importante até do que aceitar a Jesus como Senhor e Salvador. Paulo munido de toda autoridade e de toda a graça e o poder de Deus enfrentou a Pedro e a seus conselheiros dando uma lição de vida e de conhecimento da mensagem restauradora da graça. A partir daquele momento Paulo e Pedro seguiram caminhos diferentes. Pedro voltou a Jerusalém e aos seus velhos costumes, onde mais tarde foi morto, e Paulo continuou o seu ministério entre os gentios, finalizando o concílio, dizendo as famosas palavras descritas no livro de Gálatas capítulo 6 do versículo 11 em diante, vejam;
“Vejam com que letras grandes vos escrevi de meu próprio punho. Todos os que querem ostentar-se na carne, esses vos constrangem a vos circuncidardes , somente para não serem perseguidos por causa da cruz de Cristo. Pois nem mesmo aqueles que se deixam circuncidar guardam a Lei; antes, querem que vos circuncideis, para se gloriarem na vossa carne.
Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo esta crucificado para mim, e eu para o mundo. Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura. E a todos quantos andarem com esta regra, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus.
“Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus.”
Que Palavra maravilhosa esta, a Graça e a religião muita das vezes parecem mortais inimigas, mas glórias a Deus que nós que entendemos também podemos dizer que trazemos as marcas de Jesus em nossos corpos e nenhum ritual ou costume pode ser maior que o poder da Graça restauradora de Deus nos concedida através de Cristo na cruz do Calvário.
Meu amado irmão, se de alguma forma o peso da religião tem se levantado sobre ti e pessoas tem dito que você precisa se enquadrar em algum padrão, seja cultural, seja costumes ou crenças esquisitas e sem nexo, saiba que existe um Deus que te ama como você é e que honra a sinceridade de alma e abomina toda a hipocrisia tão característica na vida dos religiosos. Para tê-lo como Pai, basta apenas aceitar a Cristo como Senhor e Salvador, submetendo-se a sua vontade e cumprindo os dois maiores mandamentos que são; “Ame ao Senhor teu Deus de todo o coração e com todas as suas forças, e ao teu próximo como a ti mesmo”. Saiba que Deus tem preparado um lindo lugar para você na Glória onde juntos todos iremos morar por toda a eternidade! Amém…
Já aos que se preocupam apenas em guardar leis, costumes, dogmas e se esquecem das vidas que padecem no mundo em nome de uma fé fria e sem frutos segue uma Palavra do nosso Senhor Jesus escrita no livro de Mateus capítulo 25 do versículo 41 ao 46:
“Então, o Rei dirá também aos que estiver a sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.
Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes verme”.
E eles lhe perguntarão:
“Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos?”
Então, lhes responderá:
“Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.
E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”.
Caro leitor se a religião tem tomado todo o tempo precioso da sua vida e sem perceber você tem deixado de cumprir alguns destes mandamentos acima relatados e tão valorizados por Jesus, e se os afazeres na sua igreja, sinagoga, terreiro, comunidade, clã, mesquita e etc, tem te impedido de ser uma pessoa humana e sensível aos dramas alheios, Jesus te convida a abandonar essa vida fria e se aquecer com o amor que só Ele nos dá. Pare com tudo o que estiver fazendo e ame incondicionalmente. Abra-se para o processo Divino de “desaprendimento” (ou seja, esquecer o que se aprendeu) de tudo que sempre fez parte do seu ser e comece a ouvir a voz de Cristo ecoando aos quatros ventos dizendo…
”Amem-se uns aos outros como Eu vós amei”…
“A religião é a ligação entre Deus e os homens, mas os homens fizeram deuses conforme as suas vontades e anseios e a religião tornou-se inimiga de Deus” Evandro Manoel
Escrito ás 19:07 do dia 19 de Junho de 2010
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